Subtrai-me.
Rasga-me sem pudor
a alma.
Evade-te de ti.
E voa.
Não obedeças
a limites de tempo.
E razão.
Tudo o que conta está no coração.
Sê"
Vítor Fernandes
domingo, 29 de março de 2015
Eu sou aquele que voa com asas de papel
Mergulhado, por inteiro, num mar de fel
(Sem ver)
Espalhando um sorriso aberto
Numa torre de babel,
(Que repele)
Sem pestanejar
Aquilo em que nenhum de nós se atreve a pensar.
Solto,
Na tua pele,
Persigo sem dor
O que resta do trono real
(Personificado por ti)
Bela e leal,
Sem mágoas,
Só tu...
Nem bem nem mal
Apenas única e fatal!
"Voo numa tarde perdida no tempo"
Vítor Fernandes
domingo, 28 de dezembro de 2014
Sentir, possuir,
Olhar para trás, não perceber.
Vi-te, olhaste-me por dentro.
Pensei, parei,
Suei, cansei,
Fui.
Nos teus braços balancei.
Já não sou eu.
Vítor Fernandes
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Fugazmente me escrevo
com a terrível leviandade de ser eu que mando
nas palavras.
Sou o dono do quintal por onde desfilam...
exclamações
interjeições
simples declarações.
No silêncio dos lábios
as letras enrolam os traços
que comungam
e aprofundam a sua relação.
São apenas palavras
e frases
e páginas
e livros.
Sou eu apenas
espraiado
olhando um mar onde poucos sabem nadar.
Na passagem dos dias.
O tempo.
Em que me ausento de mim.
E de ti.
E também de tudo.
Do tormento.
Que por vezes me persegue.
Os pensamentos.
E sentimentos.
A ausência de rumo.
Fora de mim.
E de ti.
Não percebo.
O que não espero.
Da vida.
De mim.
E talvez de ti.
Também.
Vítor Fernandes
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Numa época em que grassa o egoísmo e a indiferença (e porque acredito eternamente na bondade dos Homens), não quero deixar de desejar a todos, sem excepção, um santo e feliz Natal. No coração de Deus cabem todos os que decidiram partir, mas também todos os que resolveram ficar. No meu também.
Acordei sem ti. Acordei sem mim.
Hoje acordei assim. Vazio.
Sem me ver, sem te ter,
Com saudades de mim e vontade de ti
Sem alma.
Nada. A tua ausência é isto.
É a ausência de tudo.
Fazes-me falta.
Não me escondo em qualquer lado Nem atrás do sorriso que não trago Nem no beijo que não dou. Nada do que fui já sou Nada do que quis não terei. Sou poema nos lábios da sereia, Falcão nas asas do sonho Que persiste em teimar. O pouco que resta para fazer, Ninguém que o queira o pode Reter ou até acolher Sem enfrentar o que é. Ser, não parecer. Nada quero sem ter de me esconder, Nos alçapões de amor que me acolhem. Chamem-lhe... Talvez fé Ou trabalho, Que não parece, mas é!
Nunca por aí! Horas, dias, meses sem te ver Com a alma presa Por saudades de te ter, Com a dor a desaguar em pranto, Sem fim, Em cada recanto Que piso sem ti. Anseio teu abraço Sorriso sem cor, No ardor das palavras, Que, simplesmente, não te digo. Sonho-te! Sei que te quero, Sei como te quero E vou... Corro para te ter. Mas nunca irei por aí!
Não me acordem deste sonho Onde vim cair Desprevenido. Não mais quero acordar Desta viagem sem dor, Num mundo colorido. Não sei se é real... Sei que vejo e sinto, Sei que quero sentir O prazer de aqui estar. Diz-me que posso ficar, Ó tu que controlas os sonhos Dos adultos, Que entre realidade e fantasia, Apenas vivem sonhando o que pensam ser real. Não mais dessa sensação, De querer e não poder, De ter e não gostar. Não me leves o sonho Nem me deixes dormir! Eu gosto é de sonhar acordado!