sábado, 17 de abril de 2010

Será que me viram?

Ser relevante.
Antes de perecer,
Incógnito, ignoto, ignorado,
Qual parede do avesso,
Ferida por esvurmar.
Na fornalha do sofisma,
Nascem Homens com carisma,
Cortando o paradigma,
Num sítio paradisíaco!

Solenidade é necessária.
Solavanco no leme,
De uma vida retumbante,
Encoberta pelo esvaziar,
De peixes no mar.
Não, não como esturjão!

A sirene da ambulância,
Chega, rápida, travessa,
Alavancada por uma pápula,
Num coração forrado,
Por olhar retrospectivo,
Infinito, divino.
Rir sem perceber,
Perder sem encontrar
O caminho para a imortalidade!

Atravesso reticente,
Sem evitar o devir,
Sentir o que mais não quero,
Importante não sou,
Mas serei…
Aos olhos de quem me conseguiu ver.



Vítor Fernandes

2 comentários:

  1. "Solenidade é necessária" para os homens a quem vislumbramos carisma, para os corações forrados de retrospectividade, para as ambulâncias que atravessam a cidade, para os propósitos e para os destinos. Solenidade é necessária na importância que não temos e nos olhos de quem não vê. Abraço!

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  2. É, efectivamente, essa a essência da "coisa"!!! Disseste tudo e bem. Abraço

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