quinta-feira, 30 de julho de 2009

O mínimo

Roubam-me o ar,
A cada dia que passo asfixio,
Esta vontade enorme de ser mais,
Olhar o sol da cor da minha alma,
Sentir as nuvens num abraço cordial,
Não me abandona esta vontade.
Escrevo, crio, entre muitas outras coisa,
A que para pagar as míseras contas,
Me tenho de entregar.
Um país é a sua cultura,
Para onde caminhas Portugal?
Aqui nunca interessou criar,
Apenas trabalhar as vontades de outrem,
Num país a descarrilar.
O cansaço, por vezes, tolhe-me a pena,
Quero pensar e não dá mais,
O corpo resiste, a mente pára,
Ai, se eu trabalhasse menos!
Somos um país de poetas!
Por onde andam eles nas livrarias?
Nas casas de cultura, nas editoras, enfim.
Não queremos viver de apoios,
Queremos apenas alguém que apoie,
Ou que perceba a cultura,
Pelo menos... queremos o mínimo.


Vítor Fernandes

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